
Publicado em 2025-04-08
A perceção de vigilância na Internet continua a crescer e atinge máximos históricos. 74,2% dos internautas sentem-se vigiados online, um aumento de quase quatro pontos percentuais em relação ao ano anterior, o que pode estar relacionado com a crescente sensação de que os telemóveis escutam as conversas das pessoas. Dois em cada três internautas (66,4%) acreditam nisso.
É o que revela a 27ª edição do estudo "Navegantes na Rede", da Asociación para la Investigación de Medios de Comunicación (AIMC), apresentado esta segunda-feira em Madrid, com base numa amostra de cerca de 15.000 entrevistas.
O relatório oferece uma visão abrangente da evolução da Internet no último ano, assim como do impacto da transformação digital na sociedade. Abrange diversas áreas, desde o tempo e frequência de uso da Internet, passando pela utilização de dispositivos, até ao uso das redes sociais, consumo de media e compras online. Também analisa atitudes como a perceção dos avanços tecnológicos, a segurança online ou as ‘fake news’.
Apesar da utilização crescente da Internet, existem várias preocupações entre os utilizadores. Os problemas mais referidos são, por ordem de importância: a perceção de excesso de publicidade (73,1%, +6 pontos num ano), a segurança (55,1%, +5 pontos) e a preocupação com a privacidade (43,5%, +5 pontos).
Também se verifica uma grande preocupação com o controlo da atividade online por parte de empresas ou governos, embora ligeiramente inferior à do estudo anterior. 75,1% dos utilizadores estão preocupados com esta questão, sendo que 47,7% (-5 pontos face ao ano passado) demonstram um nível elevado de preocupação.
Além disso, a grande maioria dos entrevistados (89,2%) considera que os crimes cibernéticos são um problema grave da Internet e quatro em cada dez (39,7%) foram vítimas de algum. As ‘fake news’ também são, cada vez mais, vistas como um problema sério. Uma maioria significativa (86,3%, o valor mais alto já registado) concorda com esta afirmação.
Por outro lado, o relatório mostra que deve haver alternativas ao mundo digital. Para 69,4%, é negativo que a população seja forçada a realizar tarefas apenas digitalmente, como em bancos ou instituições públicas. Além disso, seis em cada dez pessoas estão descontentes com o sistema atual de configuração de ‘cookies’. Também há uma forte preocupação com o acesso de menores à pornografia na Internet: 84,9% dos entrevistados partilham essa preocupação.
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