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Como a possível venda do Chrome e Android do Google afetaria os usuários, desenvolvedores e fabricantes

Publicado em 2024-11-23

O Departamento de Justiça dos Estados Unidos emitiu uma proposta de sentença na qual solicita formalmente que o Google venda seu navegador web Chrome, com o objetivo de restabelecer a concorrência no mercado de busca online, o que também pode se estender ao sistema operacional Android. No entanto, essa decisão acarretaria diversas consequências para os usuários finais, fabricantes de dispositivos e desenvolvedores.

Essa sentença está inserida no processo antitruste que os Estados Unidos mantém contra o Google desde setembro do ano passado, no qual as autoridades acusam a empresa do grupo Alphabet de prejudicar a concorrência ao pagar milhões de dólares para ser o motor de busca padrão em navegadores web e móveis.

Como resultado, em agosto deste ano, um tribunal federal americano determinou que a empresa viola as leis antitruste com seu buscador, após constatar que controla aproximadamente 90% do mercado de buscas na Internet.

Agora, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos propôs formalmente a divisão do Google, solicitando que se desfaça do navegador web Chrome e impondo algumas restrições no Android, para deixar de favorecer seu próprio motor de busca em dispositivos com esse sistema operacional. Caso essas imposições não sejam eficazes, o Departamento de Justiça indicou que também poderia exigir a venda do Android.

A intenção de dividir o Google já havia sido proposta meses atrás, como uma possível solução para restabelecer a concorrência no mercado de busca online. No entanto, foi apenas agora que a venda do Chrome foi oficialmente colocada na mesa.

Segundo determinado na proposta de sentença, essa medida "parará permanentemente o controle de Google sobre esse ponto de acesso de busca crítico e permitirá que motores de busca rivais tenham a capacidade de acessar o navegador, que para muitos usuários é uma porta de entrada para a Internet".

Além da venda do Chrome e das restrições no Android, o órgão propôs cessar as "ameaças competitivas emergentes por meio de aquisições, investimentos minoritários ou parcerias" durante um período de dez anos. Isso se refere a acordos como o mantido com a Apple desde 2002, que permite que seja o buscador padrão nos produtos fabricados pela empresa de Cupertino.

CONSÉQUÊNCIAS POSSÍVEIS DA SEPARAÇÃO

O Chrome é um dos navegadores web mais utilizados globalmente, portanto, sua venda impactaria diretamente na experiência na Internet, já que, como apontam meios como o Engadget, mais de 60% das interações web começam com uma consulta de busca e a maioria é realizada por meio da busca do Google.

Além disso, o Chrome também está ligado a outros serviços da tecnologia, como é o caso do sistema operacional para seus computadores, ChromeOS, assim como seu assistente de Inteligência Artificial (IA), Gemini.

Nesse contexto, a empresa destacou em um comunicado em seu blog que essa venda acarretaria algumas consequências que prejudicariam diretamente os consumidores. Segundo declarou o presidente de Assuntos Globais e diretor Jurídico de Google e Alphabet, Kent Walker, a proposta do Departamento de Justiça americano "destruiria uma série de produtos do Google, além da Busca, que as pessoas amam e consideram úteis em sua vida cotidiana".

Especificamente, Walker advertiu que seria prejudicado "deliberadamente" a capacidade das pessoas de acessar a Busca Google. Seguindo essa linha, ele afirmou que vender o Chrome e potencialmente o Android para uma empresa externa coloca em risco a segurança e privacidade dos usuários, além de "minar" a qualidade de seus produtos e serviços em diversos dispositivos.

Isso se deve ao fato de que parte das condições dessa venda exige compartilhar com empresas nacionais e estrangeiras desconhecidas as inovações e resultados do Google, incluindo as consultas de busca pessoais dos usuários.

Ele também indicou que se trata de uma medida que prejudicaria outros serviços de empresas externas, como é o caso do Firefox da Mozilla, que dispõe de negócios que dependem de "cobrar do Google pela posição nas buscas".

A nível interno, Walker indicou que essa venda os obrigaria a reduzir seus investimentos no desenvolvimento de IA, uma tecnologia que ele qualificou como "a inovação mais importante" atualmente e "onde o Google desempenha um papel protagonista".

Além de tudo isso, a experiência de Busca do Google e outras tecnologias seriam relegadas à "microgestão" de um Comitê Técnico do governo americano, o que, segundo a empresa, daria "enorme poder" sobre a experiência online.

Outro efeito dessa possível separação é que o Google teria que instalar duas telas de seleção independentes para acessar a Busca Google em, por exemplo, um smartphone Pixel. Da mesma forma, o design dessas telas teria que ser aprovado pelo Comitê Técnico.

COMO A VENDA DO ANDROID AFETARIA

No que diz respeito à possível venda do Android, isso propiciaria uma situação que afetaria a maioria das fabricantes de smartphones globalmente, já que se baseiam nesse sistema operacional com algumas exceções, como os dispositivos com iOS (Apple) e HarmonyOS Next (Huawei).

Por exemplo, ao ser vendida para uma empresa externa, esta poderia optar por efetuar mudanças no sistema operacional para adaptá-lo aos seus próprios serviços, assim como mantê-lo como está ou até mesmo cobrar pelo seu uso aos fabricantes de dispositivos.

Ou seja, qualquer mudança no Android se refletiria posteriormente na oferta de dispositivos móveis, com fabricantes podendo optar por mudar de sistema operacional ou desenvolver o seu próprio, como já ocorreu com Huawei devido ao bloqueio americano. No entanto, isso não apenas concerne aos fabricantes de smartphones, mas também a marcas de tablets, smartwatches ou carros, entre outros produtos que utilizam esse software.

Outro setor afetado seriam os desenvolvedores que, devido ao uso majoritário do Android, criam a maioria de suas aplicações baseadas nesse sistema operacional. No entanto, se as condições mudarem ou surgirem novos ambientes, isso poderia se traduzir no desenvolvimento de menos apps.

Com tudo isso, o Google afirmou que o enfoque do Departamento de Justiça "prejudicaria os consumidores, desenvolvedores e pequenas empresas americanas", portanto, apresentarão suas próprias propostas a respeito "no próximo mês" e seu caso mais amplo "no próximo ano".

Por sua vez, o Departamento de Justiça apresentará uma versão revisada de sua proposta de sentença no início de março de 2025, conforme apurado por meios como o The Verge.

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